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desfotografia

A história mostra que a fotografia teve, desde o século XIX, seus discursos direcionados às expectativas do positivismo, da transparência do real, da representação e, portanto, de um compromisso com a verdade. Embora ela tenha sido compreendida, assimilada e difundida como uma tecnologia a serviço do comprobatório, o seu uso a levou a caminhos bem diferentes do pretendido. Aí entra meu interesse de pesquisa e meu local de atuação: a desfotografia.

Antes de tudo, a desfotografia é uma prática. Ou seja, é um modo de agir específico que subverte e critica as regras do sistema fotográfico. E como toda ação, é também pensamento. Não se pode agir sem pensar nem pensar sem agir. A desfotografia carrega em si quatro formas de ação-pensamento: agir contrariamente, negar, separar e cessar. Agir contrariamente significa desfazer a fotografia, ou seja, compreender e produzir o mundo, as coisas, a vida e suas substâncias como experiências e não evidências. Negar a fotografia é reordenar a lógica do funcionamento de sua tecnologia em favor do plural e do não programado. Separar porque se distancia das premissas utilitárias e das correspondências visuais esperadas. Assim, a desfotografia se ocupa da cessação do absoluto e do determinado em nome de uma abertura ao possível e ao inominável.

a ideia

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